

Presidente da Microsoft espera 'resolução' rápida para tensões comerciais EUA-UE
O presidente da Microsoft, Brad Smith, pediu uma "resolução" rápida para as tensões comerciais entre os Estados Unidos e a União Europeia (UE).
Em entrevista com a AFP, nesta quarta-feira (30), em Bruxelas, o dirigente optou por evitar fazer críticas diretas ao presidente americano, Donald Trump, e assegurou que a empresa busca contribuir para reaproximar os Estados Unidos e o bloco europeu.
Pergunta: Até que ponto as tarifas alfandegárias americanas complicaram a Microsoft?
Resposta: Todos teremos que ver como as discussões comerciais se desenvolvem (...) Há problemas reais que merecem discussão. Esperamos que haja resoluções reais que aproximem as pessoas dos dois lados do Atlântico, e quanto antes, melhor.
P: Em seus contatos, o senhor percebe uma desconfiança com os Estados Unidos?
R: Penso que é de conhecimento público que as pessoas na Europa olham para o outro lado do Atlântico de forma diferente a como faziam no passado. Nós reconhecemos isso. Ao mesmo tempo, na minha opinião, os laços que nos unem são muito maiores do que os problemas que poderiam nos dividir. Então, vamos abordar os problemas que nos dividem e continuemos comprometidos com os laços que nos unem porque acho que são fundamentais, não apenas para os dois continentes, mas para o mundo inteiro.
P: Como o senhor responde àqueles que dizem que os laços entre os Estados Unidos e a Europa se romperam de forma irreversível?
R: Ouço esse tipo de preocupações. A vida é longa. É uma das coisas que aprendi. Não acho que possamos voltar a nos comprometer através do Atlântico até que trabalhemos nos problemas que estão atualmente na mesa de negociações [comerciais]. Mas como empresa, acreditamos em um futuro no qual a Europa, a América do Norte e o mundo em seu conjunto possamos nos beneficiar de que os negócios funcionem através das fronteiras.
P: Ao contrário de representantes de outras grandes empresas do setor tecnológico, o senhor não esteve presente na posse do presidente Trump, e o senhor se mostra menos crítico do que muitos de seus concorrentes em relação à legislação tecnológica europeia. É uma postura deliberada?
R: Temos uma relação muito importante com o governo americano e temos uma relação muito importante com os governos europeus. Sempre o fizemos e sempre o faremos. Sempre compartilharemos nossos pontos de vista. Espero que possamos ser uma voz que ajude a unir as pessoas.
P: Certos grupos têm criticado o dano ambiental relacionado com a ampliação da inteligência artificial (IA). Qual é sua resposta para isso?
R: Estamos muito focados nos problemas de sustentabilidade ambiental associados à IA. Acreditamos que a questão tem dois aspectos. De um lado, estamos comprometidos em reduzir nossas emissões de carbono, a alcançar a neutralidade de carbono até 2030. A outra parte da questão é o papel que vemos que a IA pode desempenhar na elaboração de soluções climáticas. É um tema muito importante e acredito que temos que permanecer focados nas duas metades deste tema todos os dias.
X.al-Hawaj--BT