

Ucrânia e aliados europeus propõem trégua de 30 dias com a Rússia a partir de segunda-feira
A Ucrânia e seus principais aliados europeus, juntamente com os Estados Unidos, propuseram um cessar-fogo "completo e incondicional" de 30 dias à Rússia neste sábado (10), a partir de segunda-feira.
Os líderes de Alemanha, França, Polônia e Reino Unido se encontraram com o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, em Kiev neste sábado para mostrar seu apoio à Ucrânia.
"A Ucrânia e seus aliados estão prontos para um cessar-fogo completo e incondicional em terra, mar e ar por pelo menos 30 dias a partir de segunda-feira", disse o ministro das Relações Exteriores ucraniano, Andrii Sibiga, na rede social X.
A Ucrânia fez essa proposta diversas vezes nas últimas semanas, mas a Rússia a rejeitou consistentemente, argumentando que as exigências russas, particularmente o fim das entregas de armas ocidentais para Kiev, devem primeiro ser atendidas.
Sibiga observou que a trégua de 30 dias poderia "abrir caminho para negociações de paz" no conflito que começou em 24 de fevereiro de 2022, com a invasão da Ucrânia pela Rússia.
Zelensky e seus quatro aliados europeus tiveram uma conversa telefônica "frutífera" com o presidente dos EUA, Donald Trump, após sua reunião na capital ucraniana, disse o ministro das Relações Exteriores ucraniano. Na quinta-feira, Trump pediu a Moscou que concordasse com uma trégua de 30 dias.
A iniciativa também recebeu apoio da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, que declarou neste sábado, no X, que a trégua "deve ser implementada sem condições prévias, para abrir caminho para negociações de paz significativas".
O presidente francês, Emmanuel Macron, o chefe de Governo alemão, Friedrich Merz, e von der Leyen ameaçaram endurecer as sanções contra a Rússia se Moscou não aceitar a trégua.
Macron pediu "discussões diretas" entre Ucrânia e Rússia no caso de um cessar-fogo.
Em entrevista ao jornal Bild, Merz ameaçou Moscou com "um endurecimento maciço das sanções" se Putin rejeitar a trégua oferecida pelos europeus e americanos, e prometeu manter a "ajuda maciça" à Ucrânia na ausência de uma reação do Kremlin.
- Condição de Moscou -
Líderes europeus se juntaram ao presidente ucraniano na Praça Maidan, no centro de Kiev, onde fizeram um minuto de silêncio em um memorial aos soldados que morreram desde o início da invasão da Ucrânia pela Rússia, em fevereiro de 2022.
Eles também participaram de uma reunião virtual com a "coalizão de voluntários", composta por países que apoiam a Ucrânia e liderada por Londres e Paris, para discutir "garantias de segurança" para a Ucrânia no caso de uma trégua.
A visita dos líderes europeus a Kiev é uma resposta simbólica às luxuosas celebrações em Moscou no dia anterior pela comemoração do 80º aniversário da vitória sobre a Alemanha nazista, que contaram com a presença de vários líderes estrangeiros, incluindo o chinês Xi Jinping.
Na Praça Vermelha de Moscou, o presidente russo, Vladimir Putin, prestou homenagem na sexta-feira aos soldados destacados na Ucrânia por "sua coragem" no pior conflito armado da Europa desde a Segunda Guerra Mundial, que deixou dezenas de milhares de mortos em cada país.
Em entrevista ao canal de televisão americano ABC, o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, afirmou que a Rússia não respeitará o cessar-fogo a menos que os envios de armas ocidentais para a Ucrânia sejam interrompidos primeiro.
Caso contrário, uma trégua seria "uma vantagem para a Ucrânia" em um momento em que "as tropas russas estão avançando" no front, disse Peskov.
- Advertência dos EUA -
A Ucrânia não relatou nenhum ataque de mísseis russos de longo alcance em suas cidades desde o início de uma trégua unilateral de três dias declarada pela Rússia esta semana, mas acusou Moscou de centenas de violações na linha de frente.
A embaixada dos Estados Unidos na Ucrânia alertou na sexta-feira sobre o risco de um grande "ataque aéreo" russo nos próximos dias.
A mídia ucraniana informou neste sábado que a Rússia notificou o fechamento do espaço aéreo sobre sua base militar usada para o lançamento de seu míssil Oreshnik de última geração em 2024, um possível sinal de preparativos para um novo ataque.
Desde o retorno de Donald Trump à Casa Branca em janeiro e o início de sua aproximação com Putin, ucranianos e europeus temem que um acordo possa ser fechado sem seu consentimento.
No entanto, eles agora esperam ter conseguido se conectar com o presidente americano, especialmente desde o encontro presencial entre Trump e Zelensky em Roma, por ocasião do funeral do papa Francisco, em 26 de abril.
O.al-Khatib--BT